Evento vai desta sexta-feira (24) a domingo (26), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, e reunirá produtores, pesquisadores e técnicos
Depois de cinco anos do último congresso nacional, Brasília recebe, desta sexta (24) ao dia 26, o Conbrapi 2023 – XXIII Congresso Brasileiro de Apicultura e IX Congresso Brasileiro de Meliponicultura. O encontro será no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. A programação completa pode ser conferida aqui.
O evento é realizado pela Confederação Brasileira de Apicultores e Meliponicultores (CBA), em parceria com a Associação Apícola do Distrito Federal (API-DF). A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do (Emater) terá a participação de dez técnicos, que atualizarão seus conhecimentos em diversos temas a fim de melhor atender as demandas dos produtores do DF. Além disso, a Emater mobilizou produtores de agroindústria, artesanato e produtos apícolas para comercializarem em 15 boxes no evento.
O congresso terá especialistas nacionais e internacionais com o objetivo de levar aos criadores de abelhas conhecimento científico que permita fomentar a qualificação do produtor, o aperfeiçoamento das tecnologias de criação e extração dos produtos apícolas e a melhoria no beneficiamento e comercialização das produções de mel, cera, própolis, pólen, geleia real e apitoxina no Brasil.
Também serão abordados os serviços ambientais prestados pelas abelhas na produção agrícola brasileira. Estudos acadêmicos apontam que mais de 60% da produção de alimentos no mundo depende da polinização feita por esses insetos.
São esperados mais de 3 mil visitantes no evento, entre criadores, representantes de federações, associações e cooperativas, comerciantes, exportadores, pesquisadores, educadores, extensionistas rurais, profissionais da cadeia e da indústria, representantes do setor público, formuladores de políticas públicas e legisladores.
A Confederação Brasileira de Criadores de Abelhas estima que o Brasil tenha mais de 400 mil apicultores e meliponicultores.
Foi realizada, nesta sexta-feira (10), na Fundação Casa do Cerrado, a cerimônia de lançamento e posse da Federação das Associações de Pequenos Produtores Rurais do Distrito Federal e Entorno (Feprorural). Cerca de 400 pessoas prestigiaram o evento entre produtores rurais, presidentes de cooperativas, associações e sindicatos, representantes do poder legislativo e executivo local, municipal e federal.
O presidente da Feprorural, Sérgio Leão, ressaltou a importância da atuação da Federação junto às associações, na busca por políticas públicas em prol dos produtores rurais e moradores do Campo. “Temos muitos projetos de curto e médio prazo que deverão ser executados em parcerias com as associações e o Governo local. A Feprorural veio para ser uma parceira do produtor e do homem do campo. Vamos trabalhar para levar políticas públicas, emprego e renda às famílias do campo”, ressaltou Leão.
O secretário-executivo de Agricultura, Rafael Bueno, destacou a importância da criação da Federação para auxiliar na organização do setor. “É importante que os pequenos agricultores estejam organizados para enfrentar as dificuldades produtivas e de comercialização. O governo do Distrito Federal, comandado pelo Governador Ibaneis e pela Celina Leão, por meio da Secretaria de Agricultura, vem trabalhando de maneira intensiva para ajudar todos os produtores, pequenos, médios e grandes”, destacou Rafael Bueno.
O presidente da Emater, Claison Duval, ressaltou que é fundamental a sociedade civil se organizar em prol do setor e que isso vai beneficiar, inclusive, o setor público, que vai receber as demandas certas e poder investir recursos com a certeza de que serão executados, beneficiando a população do DF e Entorno. “Hoje, nós reativamos aqui uma grande Federação e que está diretamente ligada à agricultura familiar e aos pequenos produtores. É a união de todo o setor da agricultura familiar. Isso é importante até para o Governo, que vai receber as demandas”, explicou Duval.
Também estavam presentes o deputado Federal Gustavo Gayer; os deputados distritais Paula Belmonte e Rogério Morro da Cruz; a diretora de regularização Fundiária Rural da Terracap, Fabiana Di Lúcia e o titular do departamento técnico de Regularização Fundiária Rural, Aramis Beltrani; a superintendente da Conab, Clauciene Caetano de Oliveira; presidentes de associações e cooperativas, vereadores e prefeitos do Entorno, administradores das RAs, representantes da governadora em exercício, Celina Leão, da deputada Bia Kicis, do Senador Izalci, entre outros.
A presidente do SINDIFHORT e da ASPHOR, Sandra Vitoriano, participou ontem de evento na área rural do DF, na Associação ASTRAF, sediada na região do Lago Oeste. O evento trava-se uma reunião para divulgação das primeiras ações do Programa Rota da Fruticultura, que consiste em um programa de apoio ao desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura no DF e no entanto. Participam desse projeto diversas instituições ligadas ao setor agropecuário, tais como CODEVASF, EMBRAPA, EMATER, MAPA, CONAB e diversas associações e cooperativas que irão desenvolver o projeto.
O SINDIFHORT e a ASPHOR foram convidados a se integrar a essas entidades, auxiliando na divulgação e na implantação do mesmo através de seus associados. O projeto visa a implantação inicial de uma unidade demonstrativa de áreas com plantio de pupunha e de mirtilo. Está previsto também aporte de recursos para a instalação de câmaras frias e equipamentos de processamento, além de fornecimento de mudas, assistência técnica, acompanhamento por pesquisadores e treinamento para os produtores e técnicos. Na oportunidade foi observado uma câmara fria já disponibilizada à associação ASTRAF e também serão entregues caminhões e maquinário agrícola.
Os recursos provenientes do programa foras disponibilizados pelo MAPA e CODEVASF, através de emendas parlamentares da deputada federal Bia Kicis, representante do DF na Câmara Federal. Participaram da reunião a diretoria e produtores da associação, além dos técnicos e representantes das diversas instituições.
Ministério da Agricultura inverte as etapas da campanha para garantir o imunizante
Os pecuaristas do estado do Rio de Janeiro devem se atentar ao calendário de imunização contra a Febre Aftosa este ano. Segundo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as Unidades da Federação que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA), são eles, Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe, São Paulo e Tocantins, terão a inversão das estratégias de vacinação contra a Febre Aftosa em 2022.
Com a nova medida, a primeira etapa de vacinação, no mês de maio, será destinada aos bovinos e bubalinos com até 24 meses e a segunda fase, em novembro, aos animais de todas as idades. O objetivo é garantir a oferta de imunizantes. Para o secretário de Agricultura, Marcelo Queiroz, este planejamento é fundamental para garantir a imunização dos animais, tendo em vista que o Rio de Janeiro está avançando rumo à retirada da vacinação contra a febre aftosa no estado e também, para assegurar o status de reconhecimento de zona livre com vacinação.
“É uma decisão importante neste momento. Precisamos garantir a oferta de vacinas para os animais dos estados que compõem o bloco. Todos os pecuaristas fluminenses devem se atentar a nova estratégia e colaborar para garantirmos bons resultados na campanha deste ano”, destaca o secretário de Agricultura, Marcelo Queiroz. Segundo o documento do MAPA, a movimentação de animais durante as etapas de vacinação continuará seguindo o regramento, ou seja, propriedade adimplente com a etapa de vacinação em curso poderá movimentar normalmente seus animais. “Apesar da alteração, especificamente prevista para este ano, o objetivo de atingir 100% do rebanho na faixa etária de 0 a 24 meses”, ressalta o superintendente de Defesa Agropecuária, Paulo Henrique Moraes.
Conheça a história da fazenda australiana que verticalizou a cadeia da macadâmia, também compra castanha na África do Sul e aposta no mercado norte-americano
Votar com sua carteira para escolher os alimentos que vai consumir tornou-se uma maneira simples de forçar as grandes empresas agrícolas a ouvir o consumidor. Esse é um território totalmente novo para a humanidade. Com fontes vegetais e outras várias alternativas de alimentos possíveis pelo mundo, as pessoas estarão consumindo coisas muito diferentes em dez anos.
O neozelandês Jim Richards usou muitos chapéus em sua carreira no setor de alimentos. Ele administrou uma fábrica de processamento e óleo de macadâmia na Austrália [uma das unidades da Jindilli Group]; comandou um projeto de verticalização da cadeia do amendoim em Papua Nova Guiné, construindo uma fábrica de manteiga de amendoim e ensinando aos moradores como cultivar, colher, descascar e armazenar o grão. Atualmente, ele é o CEO da Milkadamia, empresa que atua no mercado de produtos à base de macadâmia na Austrália e nos EUA.
(Na Austrália, o produtor rural Trevor Roy e sua família investem na cadeia da macadâmia desde 2007, quando construíram uma fábrica. Hoje são cinco unidades de negócios: cultivo, processamento, óleos, cuidados com a pele e bebidas. Para o mercado norte-americano, além da compra de produtores australianos, a marca também compra a castanha na África do Sul, com preferência por aquelas que começam a praticar a agricultura regenerativa.) Vale registrar que as fazendas australianas da Milkadamia são totalmente regenerativas e requerem pouca ou nenhuma irrigação, contando quase inteiramente com chuvas para o cultivo.
Jim é otimista em relação ao futuro agrícola porque o poder dos consumidores de mudar comportamentos no agronegócio está claramente presente. Com essa nova demanda do consumidor, surgem modelos econômicos muito diferentes também para os agricultores.
É um programa destinado a oferecer temas de interesse de produtores rurais do Distrito Federal e Entorno, o programa terá 40 minutos de duração, com a apresentação de quadros sobre inovação tecnológica, atrações turísticas, agenda cultural e informações sobre colheita e meteorologia.
A proposta do programa é valorizar e reconhecer a importância do pequeno, médio e grande produtor rural, trazendo as informações de tudo que produzido na zona rurais, com responsabilidades, oferecendo as respostas que a sociedade necessita. “Quem nasceu no campo, cresceu dividindo, os estudos com ou cabo da enxada na lavoura conhece e valorizam os esforços dos que levantam de madrugada para produzir gêneros de primeira qualidade, portanto, este é o nosso objetivo”.
O Programa Estação Rural será apresentado pelo jornalista IELTON FERREIRA DE AZEVEDO DRT: 0012830/DF.
Dados do IBGE sinalizam que as atividades ligadas ao campo já superaram o nível de empregos do pré-pandemia
Filho de produtores de soja, Murilo Ricardo, 32, não se imagina mais morando longe do campo. Ele, que saiu da pequena Anaurilândia (a 368 km de Campo Grande, no MS) para estudar agronomia, voltou para o interior para ajudar a cuidar da propriedade da família.
“As melhores oportunidades de trabalho para mim estão aqui, e os avanços tecnológicos pesaram na decisão de voltar. Em pouco tempo, já consegui implementar na propriedade parte do que aprendi na cidade e estudando no exterior. Agora, usamos tecnologia de ponta para fazer medições. Não me imagino longe do campo.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinalizam que a trajetória de Ricardo não é isolada, e que as atividades ligadas ao campo já superaram o nível de empregos do pré-pandemia, levando em consideração vagas formais e informais.
No terceiro trimestre de 2021, a população ocupada na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura chegou a 9 milhões —o número representa um avanço de 574 mil postos frente ao terceiro trimestre de 2019 (8,5 milhões), antes da crise sanitária.
Em termos percentuais, o crescimento no período foi de 6,8%. É o maior na lista de dez atividades analisadas pelo IBGE. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Fora as atividades relacionadas ao campo, apenas o setor de construção e o ramo de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas tiveram aumento da população ocupada no mesmo período. As altas foram de 2,5% e 2,9%, respectivamente —resultados inferiores aos registrados no campo.
Além de liderar o ritmo de geração de empregos, o agronegócio também está ficando mais jovem e escolarizado, segundo um levantamento exclusivo da consultoria IDados, também a partir da Pnad Contínua: o total de trabalhadores rurais com até 29 anos é o mais alto desde 2015. No terceiro trimestre de 2021, eles eram 2,2 milhões.
Em número de trabalhadores, o grupo ainda é menor do que o das demais faixas etárias, mas foi o que mais cresceu na comparação com antes da pandemia, com aumento de 16% em relação ao início de 2019.
Apesar de ainda serem minoria, os trabalhadores rurais com ensino superior incompleto ou mais dobraram nos últimos nove anos, em patamar recorde. Eles eram 189,8 mil no terceiro trimestre de 2012. No mesmo período de 2021, já somavam 389,8 mil, ainda de acordo com os dados do IBGE.
Em busca de qualidade de vida e redução de despesas, o veterinário Thomaz Coelho (foto), 31, trocou o Rio de Janeiro pela mineira Palmópolis, de menos de 7.000 habitantes. “Tinha um emprego no Rio, mas estava insatisfeito com a rotina da cidade. Prestei um concurso e hoje atuo em fazendas de Minas”, conta.
Ele também avalia que muitos jovens de maior formação acabam se mudando para o interior para fugir da violência e dos problemas das grandes cidades e que a pandemia deve reforçar esse movimento.
O pesquisador Felippe Serigati, do centro de estudos FGV Agro, avalia que a criação de vagas no campo reflete um conjunto de fatores. Um dos principais é o fato de atividades como agricultura e pecuária não terem parado de operar durante a pandemia.
Restrições adotadas para frear o coronavírus atingiram mais setores como comércio e serviços, com grande peso em centros urbanos e dependentes da circulação de consumidores.
Além disso, a demanda por alimentos ficou aquecida durante a crise sanitária, incentivando contratações de trabalhadores no campo, diz o pesquisador.
“Em 2021, o Brasil teve seca e geadas e, com isso, houve quebra de safra. Mas o investimento já estava feito. A mão de obra já havia sido contratada”, aponta.
A pesquisadora Nicole Rennó, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), tem opinião semelhante. Segundo ela, a demanda aquecida e os preços em alta por produtos da agropecuária colaboraram para o aumento da população ocupada na pandemia.
“Os preços altos, que são o principal elemento da conjuntura, favorecem os empregos. O avanço superou o que era necessário para uma recuperação”, afirma.
Sobre o aumento do número de empregados rurais com ensino superior, o pesquisador da IDados e também da FGV Bruno Ottoni diz que não é possível medir se isso se deve pela atração de universitários ao campo ou pelo aumento da escolaridade dos moradores dessas regiões. Mas é provável que os dois movimentos estejam ocorrendo.
“É importante observar que o campo é um dos setores que mais perderam mão de obra ao longo da história, por causa do processo de mecanização, que vai se acentuar. As novas gerações de trabalhadores rurais terão de ser mais treinadas para essa realidade também.”
AUMENTO DO EMPREGO ESBARRA EM DESAFIOS
A enfermeira Greice Cizeski, 31, também deixou para trás a vida na cidade. Em meio aos impactos da pandemia em sua rotina de trabalho, largou o emprego em um hospital na região metropolitana de Florianópolis (SC) no último mês de abril.
Filha de produtores rurais, escolheu voltar para perto da família, no município de Morro da Fumaça, a cerca de 200 quilômetros da capital catarinense. Ela acaba de abrir uma queijaria com os pais na cidade de cerca de 18 mil habitantes.
“Tudo isso aconteceu durante a pandemia. Meu pai me apoiou bastante”, conta. “Tinha trabalhado na roça com meus pais até os 17 anos. Lá atrás tudo era mais difícil. Não tinha tecnologia. Hoje é diferente”, relata.
O campo vem se destacado na geração de empregos, mas, no horizonte para 2022, há uma combinação entre possíveis estímulos e riscos à expansão da mão de obra.
Por um lado, as previsões indicam um ano mais favorável do ponto de vista climático, na comparação com 2021. Isso pode gerar reflexos positivos no mercado de trabalho.
O movimento de contratações, no entanto, é ameaçado pela alta nos custos produtivos, pondera o Serigati. Itens como fertilizantes, que dependem de importações, dispararam com o dólar elevado durante a pandemia, pressionando o bolso dos produtores.
Nicole também entende que os custos desafiam o setor em 2022, mas projeta um cenário positivo para a geração de empregos nos próximos meses.
“A perspectiva é que essa melhoria no mercado de trabalho continue mais um pouco, pelo menos nos primeiros trimestres de 2022. Há um grande desafio que é o aumento de custos, mas, no geral, ainda esperamos um bom ano para a agropecuária”, diz.
“Isso deve continuar a favorecer o mercado de trabalho e ajudar a segurar uma tendência contrária de muitos anos que é a redução da população ocupada na agropecuária”, diz a pesquisadora.
Apesar do avanço na crise, as atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura ainda representam menos de 10% da população ocupada no país.
No terceiro trimestre de 2021, os cerca de 9 milhões de trabalhadores nessas atividades correspondiam a 9,7% de um universo de 93 milhões de ocupados.
No mesmo período, o rendimento médio do trabalho, em termos reais, foi de R$ 1.517 na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
O número é o segundo menor entre as 10 atividades da Pnad Contínua. Só fica acima da renda média obtida com serviços domésticos (R$ 920).