“Patriota” preso do 8 de Janeiro morre durante banho de sol na Papuda

Detento teria sofrido um infarto fulminante. Ele cumpria prisão preventiva no complexo da Papuda. Polícia Federal investiga causas da morte

Um homem preso após os ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, morreu nesta segunda-feira (20/11), durante o banho de sol no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A coluna Na Mira apurou que o detento era Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, conhecido como “Clezão do Ramalho”.

Ele era irmão do vereador Cristiano Pereira da Cunha (PSD), do município de Feira da Mata, no oeste da Bahia.

O “patriota”, que cumpria prisão preventiva, acusado de participar da invasão ao Congresso Nacional, teria sofrido um infarto fulminante. Outros detentos tentaram reanimá-lo com massagem cardíaca, mas ele não resistiu e morreu no local.

As autoridades investigam as causas da morte. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde passará por necropsia.

Cleriston havia conseguido parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser solto. A instituição se manifestou a respeito em 1º de setembro, devido ao vencimento do período de instrução do processo. Contudo, a decisão ainda não havia sido homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável por analisar o processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

As autoridades apuram a causa da morte. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) confirmou a morte, registrada por volta das 10h. O preso era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) da prisão desde a entrada no complexo, em 9 de janeiro último.

“Hoje, essa mesma equipe de saúde realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e dos bombeiros, imediatamente acionados”, destacou a pasta.

Vídeo. “Eu gritei por socorro”, diz viúva de patriota morto na Papuda

Foto colorida de duas mulheres. No canto esquerdo uma mulher idosa de cabelo branco com roupa florida. No lado direito, uma mulher branca com roupa com estampa de tigre chorando

Dias antes de passar mal durante o banho de sol e ter um infarto fulminante, Cleriston Pereira da Cunha teria se queixado à esposa, Jane Duarte, 45 anos, de dor no peito. Ela visitou o marido na última quinta-feira (16/11), quando ele relatou que não se sentia bem. O “patriota” estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) II do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda, suspeito de participar do quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes, no dia dos atos antidemocráticos na área central de Brasília, em 8 de janeiro.

“Eu pedia por socorro”, relembra Jane. Ela contou que levava os remédios para o marido e que, com frequência, ele passava mal. “Eu avisei, dei atestado médico, laudo. Eu falava: ‘Gente, pelo amor de Deus”, explica. O Metrópoles teve acesso a um laudo de julho – o documento mostra que, sem o devido tratamento, Cleriston corria risco de morte.

“Sempre relatava sobre a saúde dele. Nada foi ouvido, nada foi visto, nada”, indignou-se Jane. “Hoje eu me encontro viúva. E os nossos sonhos, quem vai realizar nossos sonhos?”, lamentou a mulher.

De acordo com a comerciante, Cleriston tomava nove medicamentos por dia, e ela, com frequência, levava os remédios ao presídio, para que o marido pudesse dar continuidade ao tratamento. Jane e Cleriston tinham 25 anos de casados e moravam há dois anos em uma casa localizada em Vicente Pires. O casal mantinha uma distribuidora de bebidas no Assentamento 26 de Setembro.

Segundo a família, as comorbidades de Cleriston surgiram após ele ter contraído a Covid-19. Na ocasião, ele teria ficado mais de um mês internado.

Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia tinha emitido parecer favorável à liberdade provisória do detento. A manifestação da PGR não chegou a ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julga os processos contra presos pelos atos antidemocráticos.

De acordo com a viúva, ela não foi informada sobre o óbito do marido pela equipe da penitenciária. “Uma amiga me falou que ele tinha passado mal. Fiquei ligando, mas ninguém me falava nada”, detalhou. Jane conta que, quando chegou ao local, viu um carro do Instituto Médico Legal (IML) saindo, mas não fazia ideia de que seu marido havia morrido.

As autoridades apuram a causa da morte de “Clezão do Ramalho”, como ele era conhecido. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) confirmou que o óbito ocorreu na manhã dessa segunda, por volta das 9h. O preso era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) da prisão desde a entrada no complexo, em 9 de janeiro último.

“Hoje [segunda-feira], essa mesma equipe de saúde realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e dos bombeiros, imediatamente acionados”, destacou a pasta.

Quem era Clezão do Ramalho

Conhecido entre amigos e parentes como Clezão do Ramalho, Cleriston tinha 46 anos e nasceu na Bahia, mas morava havia ao menos 20 anos no Distrito Federal.

O comerciante era irmão do vereador Cristiano Pereira da Cunha – do município baiano de Feira da Mata, no oeste do estado –, também conhecido como Cristiano do Ramalho.

O detento estava entre os golpistas que invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro deste ano.

Fonte: Metrópoles

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